O recurso patético ao proparoxítono humorístico ou sarcástico ou satírico

O recurso patético ao proparoxítono humorístico ou sarcástico ou satírico

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Eu sobrevivo de paixão e de anarquia.



"Você sabe como eu sou despreocupada
Que me encerro neste quarto
E me permito todas as divagações,
As fantasias, obsessões, perseguições,
Todos os dias.
Você sabe que eu me viro de inventos
Que eu me reparto e dou crias
Que eu mal me resolvo e me aguento.
Carrego pedras no bolso
E enfrento ventanias.

Você sabe como eu sou desorientada
Raciocino pelo instinto
E cometo fugas de túnel de ladra de galeria.
Uso malhas e madras,
Manhas e lenhas
E percorro superfícies
Em que você escorregaria.

Mas você sabe como eu sou de subsolos,
De subterfúgios, de subversos subliminares.
Como eu sou de submundos
subterrâneos, de sub-reptícias folias,
Meio de circo, meio de farsa
ervas, panfletos, fluidos, presságios,
Quebrantos, jeitos, gírias,
Reviras de sensações e cismas, filosofias.

De como eu sou de estradas, andanças, pressentimentos.
Atmosférica e vadia,
Gato da noite, de crises, guitarras,
Ouros e danças e circunstâncias.
De vinho azedo e companhia.

Que eu sou de todas as misturas
Todas as formas e sintonias
E enfrento esse aperto, essas normas.
Forças, pressões, imposições, o poderio.
Os intervalos, o silêncio da maioria.

Você sabe de toda minha luta
Mesmo quando a intenção silencia.
Que eu não cedo, não desisto.
A todo custo, a toda faca, a todo risco.
Eu sobrevivo de paixão e de anarquia.

Você sabe bem de minha fraude
Você conhece as minhas alquimias."


(Gaia - Bruna Lombardi)

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