O recurso patético ao proparoxítono humorístico ou sarcástico ou satírico

O recurso patético ao proparoxítono humorístico ou sarcástico ou satírico

terça-feira, 18 de maio de 2010

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Desde o primeiro capítulo eu me apaixonei por esta série. Concordo com quem diz que falta paciência para tanto mistério. Mas, desde o começo, o enredo me fascina. A maneira como são colocados os fatos me encanta. Sem sede ao pote. Testando a memória e a tolerância do telespectador. Testando a inteligência. Experimentando e ousando. Poucas séries – senão a única – tiveram isso. Uma cronologia ilimitada, à mercê de quanto o autor quiser esticá-la. À mercê de quanto o autor quiser modificá-la. Mas eu tenho uma coisa... eu gosto de ver filosofia em tudo. E ali, meu caro amigo, eu vi.

É só abrir os olhos. A filosofia está aplicada aos episódios da série em várias formas, seja ela pela personificação de figuras históricas importantes, pela utilização de teorias ou até em pequenos detalhes. Sabia que Os Outros (os misteriosos inimigos dos losties) ganharam esse nome por causa da frase "O Inferno são os outros", de Jean-Paul Satre? Uma referência clara é o filosofo britânico John Locke ( 1632-1704), que não só empresta nome e sobrenome a um importante personagem da série como também suas idéias.Em um dos episódios, Locke teoriza o que perfeitamente os sobreviventes estão vivendo na ilha: aprendendo conceitos básicos de sobrevivência a partir do zero, preenchendo suas personalidades como se elas fossem folhas em branco. A mesma idéia foi usada pelo escritor britânico William Golding, no livro O Senhor das Moscas (1954). Nele, um grupo de crianças sobrevive a um naufrágio e passa a viver e a crescer longe da influência dos adultos - e desenvolvem uma maldade natural, que não surge com o contato com a sociedade tradicional. Esse pensamento renega o que acredita outro filósofo, Jean-Jaques Rosseau (1712-1778). Ele desenvolveu a teoria do bom selvagem - o humano não contaminado, em seu estado original, essencialmente de boa índole. Não é à toa que o livro de Golding é considerado uma metáfora filosófica sobre a moralidade das pessoas. Esse livro é citado três vezes na série.

Na historia de LOST, o enredo sugere outro filosofo: Desmond David Hume. David Hume era escocês, assim como a personagem da ilha. Uma das principais teses de Hume era que a personalidade de cada um não é unica, visto que a cada momento ela sofre diversas influências externas. Exatamente como acontece na ilha da tv, os personagens tentam "modificar" sua essência para escapar dos erros do passado. O curioso é que na vida real LOCKE , HUME, E ROSSEAU eram amigos. E anos mais tarde Hume e Rosseau se desentenderam, o que leva a acreditar que isso acontecera na ilha.

Tudo ali é cíclico. Como na trama e em tudo o que lhe rodeia, nada acontece por acaso. É tudo pura metalinguagem! É tudo metafísica!

...E por aí vai...

Quer saber mais?
http://pt.lostpedia.wikia.com/wiki/Filosofia



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