O recurso patético ao proparoxítono humorístico ou sarcástico ou satírico

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segunda-feira, 21 de junho de 2010

O tempo é, para sempre.


"O tempo era bom? Não era.
O tempo é, para sempre.
A hera da antiga era
roreja incansavelmente.
Aconteceu há mil anos?
Continua acontecendo.
Nos mais desbotados panos
estou me lendo e relendo.
Tudo morto, na distância
que vai de alguém a si mesmo?
Vive tudo, mas sem ânsia
de estar amando e estar preso.
Pois tudo enfim se liberta
de ferros forjados no ar.
A alma sorri, já bem perto
da raiz mesma do ser."

"Duração", In: "As Impurezas do Branco",
Carlos Drummond de Andrade.

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