O recurso patético ao proparoxítono humorístico ou sarcástico ou satírico

O recurso patético ao proparoxítono humorístico ou sarcástico ou satírico

segunda-feira, 21 de maio de 2012

tempo que cuida


Futuro do pretérito - eu ofereço às coisas que jamais valeriam de novo, por ser especial uma vez só no tempo, para tudo o que não mais preenche, creio, para as cenas que não se encaixam nas alegrias de hora em hora. Tá tudo bem, e é assim mesmo. É muito bom haver opção que realize o Outro - afinal assim é a vida, e que assim seja então. Enquanto isso, tolos se desesperam por não perceberem o que o destino de fato é - quando o passado já passou demais para que volte à paisagem, afinal não sou a pessoa ideal para saber disso. Só dispenso as frases compridas de quem me observa, não me interessava antes, tampouco agora, das melhores coisas que já reconheci no meu leque de boas decisões foi me afastar de quem não me faz bem - por hora acrescento sempre mais do mesmo. Mas sorrio. 

O tempo é bom e o percurso, mesmo que sejamos o motorista da nossa própria vida, é maravilhoso. Basta seguir os direcionamentos corretos. Vontade de guardar tudo em vidrinhos, em pinceladas, em melodias, no vaso de flores, na prateleira da sala,  em todos os cantos aos quais me refiro - para tudo novo outra vez,  porque é tudo aprendizado, embora eu lamente e muito o fracasso dos outros, mas  ainda assim desejando a todos o que quero para mim: o que convém ao sorriso. Contemplo as chances que me visitam por mérito, sim, mérito. Afinal, a vida se resume em fazermos por onde adentrarmos a vida dos outros, sejam eles amigos, familiares, amores, amoras, flores ou cerejas. E só deixo que visitem a minha vida se acaso demonstrarem que têm por onde eu lhes devolver merecimento. Temos que mostrar, demonstrar, retornar - dia após dia - que valemos à pena uns aos outros. Alguém tem que provar que merece bater à sua porta.

No abajour que não se acendeu vejo o reflexo de coisas novas. Vejo sombras, vejo flores. Fogos de artifício, de dentro para fora - músculos que estalam na química da epiderme; Muito vento em volta, gosto de mel, limão, café, morango, e o amargos dos cigarros, e da ausência deles, e a ternura dos goles de vinho ou o suspense das doses quentes do whisky, ou tanto faz, se é tudo novo ou se vem devagar - ou só amanhã, ou só depois, mas é, como se fosse uma outra capa - vermelha, azul, preta, amarela... - para outra tempestade, nova, ainda que  com suas estações que lhe acompanham no novo ciclo.



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