O recurso patético ao proparoxítono humorístico ou sarcástico ou satírico

O recurso patético ao proparoxítono humorístico ou sarcástico ou satírico

segunda-feira, 23 de abril de 2012

21 de Abril

No dia em que se comemora a Liberdade como entidade, transpõem-se o sim e o não. Lembranças são reformuladas como páginas de um álbum, embora as fisionomias já tenham mudado ao longo dos dias. Um sorriso num canto do rosto, uma lágrima no lado oposto. Memórias de anos dourados - misturam-se ao gelo, oscilando como extremos. O velho caleidoscópio de sentimentos desnorteia, metodicamente, o equilíbrio da racionalidade, tanto quanto a ventania forte que se deu ao amanhecer. Voou o cabelo, misturaram-se as interjeições. Há de se limpar a poeira, há de lidar com os vestígios. Inevitavelmente, tudo beirou o sensível, a sinestesia misteriosamente encheu-se de velhos cheiros, a saudade se assumiu presente e fez frio, muito frio. Confrontei a vulnerabilidade. Quando o um uniu-se em dois, em toda a sua dimensão de paradoxo, dividiu-se o dilema de dar um passo à frente e 5 para atrás. Anos concorrendo com meses - vidas contrárias que quiçá já não se encontrem e laços de cetim que jamais se desfizeram. Muita saudade. Um trago, uma dose, recordações e muita serenidade. Tudo que vai, leva consigo uma razão que se justifique. Tudo que fica tem um porquê. E aquilo que volta, há de voltar por si. A minha crença se baseia na propriedade - aquilo que nos é dado, ao longo do nosso percurso, levamos com a gente. O que não for, deixamos no meio do caminho. Serenidade é a chave da nova porta. Saudade é o que tenho pra hoje, como rima. 

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