quarta-feira, 31 de agosto de 2011
a lot of keys and 6 hands.
sábado, 27 de agosto de 2011
"ao meu jeito eu vou fazer..." - a sempre feliz.
O fio de esperança fia-se no escrever. Esperança de não me esquecer.
Sou aquela que já não tem tempo pra mais nada. A cigarra que consegue ser formiga. Cronometra os minutos de arrumar a casa, antes da maratona de aulas e afazeres. Sou a que valoriza cada partícula de acontecimento do dia-a-dia, a partir de agora. Um gole d’água, compras no supermercado, aula de alemão, um filme na cama. O que for. Sou a única pessoa no mundo que só gosta de tomar banho no escuro, com música, a água bem quente. Sou a única pessoa no mundo que só faz reclamar de tudo, uma chata em potencial. Sou a única pessoa no mundo que se vicia MUITO em água com gás, gelo e limão, e o resto é resto, na medida do possível. Sou a única que tem o coração de geléia, sente rancor mas deseja o bem das pessoas. Sorrir não dói, fica a dica. Sou a única pessoa no mundo que, movida por um dicotômico e recente desvelamento, passa longe dos padrões de mulherzinha. A incompreendida. A que não é amélia. A que, se exausta, tem o marido que também varre, lava louça, lava banheiro, cozinha maravilhas, faz massagens. A que tem megalomania nas leituras. A que engole palavras. A que não fala alto. A que fala baixo, muito baixo. A que não consegue ser falsa. A que odeia retórica vazia de significado. A que arqueia muito as sobrancelhas, a que espreme os olhos porque os óculos não ficaram prontos, a que é sempre sisuda, a do sorriso de monalisa. A que critica. A cética. A que é sincera demais no que diz, dane-se. Aquela que é o que é, a que se decepciona por conhecer pessoas que preferem o clichê raso e pré-fabricado, hermeticamente igual. A que se deslumbra com as pessoas inquietantes nas excentricidades. A que não suporta a metade das coisas. A que quer tudo. A que adentra as entranhas. A que antipatiza a prepotência alheia. A que, narcisicamente, escreve besteiras.
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
o moralista que tudo vê
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"Manuel Bandeira chegou pra mim um dia, quando eu e meus personagens éramos odiados, e disse:' Nelson, por que você não faz uma peça em que os personagens sejam assim como todo mundo?' Eu respondi da forma mais singela: 'Mas meu caro Bandeira, meus personagens são como todo mundo.' Porque uma coisa é verdade: quem metia ou mete o pau no meu teatro está procedendo como um Narciso às avessas, cuspindo na própria imagem."
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“A ficção para ser purificadora precisa ser atroz. O personagem é vil para que não o sejamos. Ele realiza a miséria inconfessa de todos nós.”;
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....E esse é o moralista que nos cala antes mesmo de pensarmos em fazer o erro. Nelson Rodrigues, desvelado em uma ótima palestra com o fantástico Prof. Roberto Machado, esta noite. Volto para casa sentindo falta de óculos, mas a engolir toda e qualquer peça possível.
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
claro e transparente como o sorriso que você julga me dar.
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
que sempre voem as nossas asas do saber e do ser.
Vivem perguntando em redor. Que é ser?
É ter um corpo, um jeito, um nome?
Tenho os três. E sou?
Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?
Ou a gente só principia a ser quando cresce?
É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?
Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?
Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R.
Que vou ser quando crescer?
Sou obrigado a? Posso escolher?
Não dá para entender. Não vou ser.
Vou crescer assim mesmo.
Sem ser Esquecer."
[Carlos Drummond de Andrade]
(...nada mais metafísico...sempre, sempre choro.)
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Homenagem ao meu filho LINDO que, neste dia 11, completa quatro aninhos de muita, mas muita gostosura, alegria e perspicácia. Você, filho meu, representa em seus quatro anos toda a minha ETERNIDADE de sentimentos e de aprendizado. SEJA. E seja MUITO feliz, da maneira que quiser, da maneira que for.
Lindo, lindo, lindo. Metafisiquemos..., seja, e assim exista. TE AMO.
*chorando...*