O recurso patético ao proparoxítono humorístico ou sarcástico ou satírico

O recurso patético ao proparoxítono humorístico ou sarcástico ou satírico

terça-feira, 5 de abril de 2011

maybetomorrow


Depois de discorrer sobre o tempo, decidi procurar o analista mais próximo de casa: sentei no sofá, deitei no divã meu alter ego e pedi que proferisse tudo a mim, sem rodeios e prosopopéias. Ouvi cada ladainha. Burburinhos a respeito de abstrações, narcisismo de 1,60m. Diagnostiquei: complexo de boneca estúpida. Faz parte dos meus defeitos (digo, dos defeitos do meu alter ego) querer sempre extrair a rotina, deixá-la para escanteio. Mas o que é a felicidade senão uma constante? - Falei. - Felicidade é rotina, é calmaria, é tudo bem. e bem que me queimei agora... cadê o cinzeiro?

Sentada no sofá, prestei atenção em cada detalhe daquele corpo desnudo e pensante, deitado. Os olhos rodeando o teto da sala, as mãos cruzadas na vã intenção de encaixar as idéias soltas, as pernas cruzadas e esticadas, balançando os dedos dos pés. É a típica cena de quem não tem nada a ser mudado e analisado, penso eu, e por isso não cobrei a hora da consulta: vá pra casa, deixe o tempo para os velhos. E, cá entre nós, há coisa mais interessante para você fazer nesse exato momento.

E mais um trago ao final de tudo.

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