O recurso patético ao proparoxítono humorístico ou sarcástico ou satírico

O recurso patético ao proparoxítono humorístico ou sarcástico ou satírico

sábado, 12 de março de 2011

desconexo


Tua pele é meu domínio. Deito ao teu lado e me entorpeço com as vertentes do teu cheiro. Recosto-me em teu pescoço. A barba, mal feita, esta na medida do meu desejo, arranha meus temores trazidos dentro da bolsa, os quais catei nas ruas de tempestade. Teu timbre grave os destrói na primeira palavra, não me preocupo. Não tenho medo. Vivo na bolha, nas paredes coloridas desse quarto silencioso. Vivo no silêncio e nos acordes da tua companhia. Teu suor, mero reflexo de tua posse: já me vejo entorpecida. – e então não consigo controlar minhas mãos. Meus olhos te buscam. São olhos que se perdem no verdadeiro significado do olhar. E eu tento ver, no invisível imaginário, aquilo que minha alma busca, o que me consome depois de consumida.


Olhar pela janela e entender que a clausura do quarto nos protege de tudo, mas ao mesmo tempo nos faz melhores para o mundo. Quem sabe mais vulneráveis, mas, sinceramente, é no paradoxo que as coisas se encaixam. O mundo lá fora se faz carente. Existem os outros, em inferno e paraíso. Lembrei até de Sartre. Viajo.

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