O recurso patético ao proparoxítono humorístico ou sarcástico ou satírico

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quinta-feira, 10 de março de 2011

La femme comme il falt


O primeiro olhar lançado sobre ela é como um prefácio de um belo livro, ele lhe faz pressentir um mundo de coisas elegantes e finas. Em meio às vulgaridades, encontra-se, por fim, uma flor rara. Ela não veste cores berrantes, nem meias que chamem atenção, nem a fivela do seu cinto é muito trabalhada; é da mais requintada simplicidade.


La femme comme il faut sabe como prendê-los dos quadris ao pescoço e sugere as mais belas formas ao escondê-las. Ah! Como ela domina, permita-me a expressão, “o ritmo da caminhada!”. Possui, enquanto caminha, um arzinho digno e sereno, como as madonas de Rafael em seus quadros. Vê-se a figura fresca e, repousada de uma mulher segura de si, sem fatuidade, que nada vê e tudo vê, cuja vaidade embotada por uma contínua satisfação expande sobre sua fisionomia uma indiferença que desperta curiosidade. É impossível confundi-la com a burguesa, que está sempre ocupada, sai não importa o tempo que faça, apressa-se, vai, vem, olha, não sabe se entra ou não entra numa loja. Ao passo que a femme comme il faut sabe bem o que quer e o que faz.

Ninguém como a femme comme il faut para estar à vontade dentro de suas vestes; nada a incomoda (...) Ela sabe comunicar o valor do pensamento por uma maneira de se conduzir inimitável. É sábia o suficiente para lhe fazer sempre esperar...

A femme comme il faut é dona dessas nuances, de maneira maravilhosa.



[Estudos de Mulher;
Honoré de Balzac.]

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