O recurso patético ao proparoxítono humorístico ou sarcástico ou satírico

O recurso patético ao proparoxítono humorístico ou sarcástico ou satírico

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010


No minuto seguinte já não sinto mais o gosto do último gole. É um sabor que já não se fixa no paladar. É o medo de não ter coragem para admitir. É a coragem, propriamente dita, entregue a outra pessoa – eu não sei usá-la mesmo. É o pensamento em outro lugar. As palavras fugindo, quase que pulando pela janela. Livros que ocupam todas as preocupações, que distraem todo o desconforto, com cores e palavras descabidas. Livros que quando unidos com os outros lidos este ano, já vão em 36, eu acho. São 36 desculpas para fugir da realidade. Mascarada, continuo a ir aos mesmos lugares, freqüentando os mesmos recintos que lhe convêm, só para que não perceba que fui embora há muito tempo e que deixei meu corpo aqui.

Não vou precisar dele mesmo.

Sorte que você está ali. Junto com os móveis, estes sempre no mesmo lugar. Junto com as novas cores do apartamento, junto com o novo arranjo da mesa da sala. Junto com a nova e grandiosa árvore de natal.

Retalhos que costurados formam algo completamente diferente do original.

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