O recurso patético ao proparoxítono humorístico ou sarcástico ou satírico

O recurso patético ao proparoxítono humorístico ou sarcástico ou satírico

sábado, 18 de dezembro de 2010

ein Buch mit sieben Siegelns


Não sou de contar segredos (me refiro realmente a segredos, ein).
Mas quando estes são os meus, uma vez ou outra não faz mal a ninguém.

...Especialmente quando estão diretamente ligados à minha alma, digamos assim. É o além-corpo.

Sempre que eu anseio por sair de órbita e enxugar os meus pensamentos, entrando no meu plano de espiritualidade, dou espaço ao meu compositor clássico favorito, Mozart. Isso é uma coisa que não saio comentando por aí. Até porque a fé anda tão banalizada – e tantas vezes esquecida – que os clichês sempre cheiram mais do que a sinceridade. Como eu dizia, não é algo que eu já tenha comentado com alguém. Na verdade até então ninguém sabia, embora eu já tenha mencionado ao meu marido, por exemplo, minha predileção pelo clássico austríaco (estou certa?). E ele não deve nem se lembrar mais, homens!.

Espiritualidade. É algo tão particular quanto o próprio pensamento – se não for externado, ninguém o ouve. Principalmente quando se trata de algo tão intrínseco, como é para mim.

Cada um tem o seu ritual de cura, de relaxamento, de extravasamento, de libertação, de encontro com a espiritualidade. Em alguns dias eu prefiro até caracterizá-lo como “exorcismo”, mas só por completa ignorância etimológica mesmo. - Tem a ver com o Bem, e não com aquele lá embaixo. - Cada um denomina como preferir. Cada um tem seu meio de escape. Uns fazem uso do incenso, por exemplo. Eis um artefato que sinceramente amo, mas que procuro evitar nos dias em que o bebê está em casa. Outros simplesmente deitam em uma banheira quente, acendem o que lhes for conveniente e relaxam (idem). Outros ouvem o seu CD predileto, outros bebem, outros vão à igreja, ou acampam. Outros dormem mais do que o habitual. Alguns preferem o silêncio absoluto. Alguns rezam, somente.

Eu ouço uma música enquanto rezo. É isso. A história dela, aí sim, fica sempre só para mim. Essa eu não conto, nunca. Mas desde então ela passou a ser meu campo de passagem e de êxito, para quando preciso externar meu lado – tão escondido, porém presente – espiritual. Não é fácil chegar à outra dimensão de mim.

Não somente à sua obra, me prendi especialmente a uma predileta. Foi amor à primeira “vista”, há mais de 15 anos. Apresento-lhes, finalmente. No “repeat” do CD, Clarinet Concerto: II. Adagio.

Ela me ajudou a redimir, a me consolar e a me reestruturar nos piores momentos da minha vida. É a trilha de fundo para quando rezo na maneira mais intensa que posso. É um peso das costas que dessa vez e sempre tentarei tirar, mas que ainda assim será história nas minhas lembranças.

Mas a fé ajuda.

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