O recurso patético ao proparoxítono humorístico ou sarcástico ou satírico

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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

puer aeternus für immer


No dia seguinte, amanheci com cheirinho de lavanda no travesseiro. No dia seguinte, me deparo com seus olhinhos sorrindo, despertando ao meu lado na cama. Era dia das crianças, e todas as promessas feitas a mim na noite anterior eu esqueceria, pelo menos naquele dia.

Na noite anterior me peguei sisuda, me sentindo velha..., com cara de séria, fazendo planos, como acontece com qualquer aniversariante que já não tem mais 21 - deliciosos - anos. No dia seguinte ao meu aniversário sempre será dia das crianças. Dia que me trará sempre a certeza de que “não é tão grave assim”..., ainda mais com eles ao meu lado.

Sempre o dia das crianças trará o seu lado mais pueril, principalmente se você tiver filhos. No dia anterior, imaginem bem, estava eu absorta em feições de pessoa séria, como quem sentia mais um ano acumular na carteira de identidade. Foi só amanhecer e a idéia de celebrar a infância tomou conta de todos nós. Acho isso fantástico.

Banho de mar. Castelo de areia. Batata frita. Refrigerante. Sorvete. Brinquedos. Quebra cabeça. Bola de futebol. Massinha de modelar. CDs prediletos. Quadro negro e giz colorido. Suco de melancia. Pitangas colhidas do pé. Esconde-esconde. Nem me pega. Achei você! Biscoito de chocolate. Churrasco. Carrinhos espalhados pela varanda. Celular de personagem. Laptop do mesmo (Criança e sua inocência perante o capitalismo... ). Vento com cheiro de maresia. Sorrisos. Pai, mãe e filho: exaustos ao final da viagem. Papai se lembra que precisa ser adulto de novo e vai ao ensaio, mas a mãe coruja continua ali, até a última hora do dia, pegando carona no direito de ser criança do filho. Cozinhar com a ajuda dele. Sopinha de legumes, hum. Desenhos na TV. Fantoche com as meias do papai. Corta daqui, cola dali. Barbantes, botões, canetas coloridas. Tudo nas meias do pai. Rir com a expressão deste ao chegar em casa - misto de espanto e zanga, mas principalmente de emoção, quando o filho lhe diz: é para vocêêê.

Os dias 11 e 12 são, cada qual à sua maneira, especiais para mim. Em um, me lembro que me distanciei mais ainda dos gloriosos 21 anos, e que estou cheia de planos a serem concretizados. No outro, lembro que não é tão grave assim, e que poderei sempre ser criança por dentro! Exclamações em tom pueril!

Ê!

Parabéns a mim e ao meu filhote, por cada novidade vinda a nós.

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