O recurso patético ao proparoxítono humorístico ou sarcástico ou satírico

O recurso patético ao proparoxítono humorístico ou sarcástico ou satírico

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

A gente se apega aos fonemas graves que moram nos paroxítonos e se esquece da doçura das pausas no canto das frases. Focamos o azul do céu nos retratos, e talvez jamais percebamos o negro dos olhos nas faces estranhas. Cegueira e gostos amargos, por pura teimosia, e os olhos fechados, ora por não ser necessário abri-los, ora por não querer enxergar as novidades. O rosto corado denuncia, ora porque o corpo entrega mesmo aquilo que sente, ora porque se irrita com o recomeço do ciclo, tentando procrastinar o quanto puder as novidades. A ignorância perante o novo, a má vontade de se fazer entregue, a preguiça de pular a fogueira e prosseguir na trilha. Ofereceram-me o mapa da terra encantada, mas preferi a minha ilha. Chata como nunca, e ainda sou capaz de fitar apenas o vaso delineado em cima da mesa e querê-lo vazio, numa gana interminável de viver na brecha do vácuo, até onde eu conseguir. A misantropia, lá nas suas raízes etimológicas e sociais, no seu bolso mais secreto, tem embutido o meu nome, em meio aos demais casos perdidos da história. 

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