O recurso patético ao proparoxítono humorístico ou sarcástico ou satírico

O recurso patético ao proparoxítono humorístico ou sarcástico ou satírico

terça-feira, 28 de junho de 2011

Heute, genau.


Os desenhos das nuvens lá no alto me fizeram decifrar o maior segredo da minha existência, assim que lá pousei – eu nasci para lá, e não para aqui. Eu sorrio para longe, e não para perto. Eu sou aquilo, e não isso. Eu sou lá.

Descobri minhas pegadas em todas as ruas, meus pertences, minhas texturas, os cheiros, as folhas, meus olhos, meus sabores, meu choro, meus versos, minhas perguntas. Quisera apressar o relógio e, se o destino não se importar com meu espaço nos quereres, poder recomeçar com os meninos lá, onde quero.

Cheiro de álbum de fotografias em meio ao vento gelado, quando nada mais interessa nesse mundo. Uma gola que cobria todo o pescoço escondia os nós de choro engolido, contido, moído. Relembrar as paisagens que não conheci, mas que nelas vivi, reativar a memória para o futuro, encontrar meu plano bem ali, entre a filosofia, a psicanálise e Goethe, na universidade de Dresden. Encontrar a cultura que quero em Berlim. Respirar pelas ruas de Frankfurt. Uma bicicletinha em Saarbrücken. Deixar-me levar pelo som dos sinos de porcelana, quando for a hora de voltar para casa. Esconder as mãos do frio, não de desamparo, mas de recomeço. Casa minha.

E a ela e a tudo, até breve.

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